segunda-feira, 4 de maio de 2009

A Semana em filmes (05 a 11 de Abril)

O Atirador (Shooter)

dir. Anthony Fuqua



Mesmo com uma carreira ainda no início, podemos traçar uma linha oscilante na direção de Anthony Fuqua. Destacando em seu ponto máximo, o excelente Dia de Treinamento, responsável por dar o Oscar de Melhor Ator a Denzel Washington, e os seguintes filmes, Rei Arthur e Lágrimas de Sol, como produções que oscilaram e não tiveram o mesmo brilho da primeira citada.
Acrescentando mais um ponto a carreira do diretor, O Atirador tem como principal o bom ator Mark Wahlberg, em um excelente momento em sua carreira, pós o filme Os Infiltrados. Wahlberg vive Bob Lee Swager, um ex atirador de elite, procurado por um coronel para elaborar um plano de proteção ao presidente dos Estados Unidos, que estaria em apuros e precisaria dos dotes de atirador de Lee Swager. O atirador aceita o trabalho, mas desconfiando de que tudo pode ser uma armação do próprio governo.
Em sua trama, O Atirador é um filme correto, sem nenhuma extravagância e inovação narrativa. Alguns críticos apontaram o filme como uma homenagem à narrativa da década de 80. Imagino que essa homenagem concentra-se em construir um roteiro mais tradicional, como em filmes de ação antigos que vemos na tevê aberta. História de homens que possuem força e sabedoria suficiente para conseguir ir contra o sistema e, vez ou outra, se vingar de algum acontecimento que mudou para sempre a vida de sua personagem. E nisso reside sua história tradicionalista.
O melhor a se apontar como destaque é o desfecho da trama, que não termina em algo politicamente correto. Há sangue, violência, e tudo o que o mocinho principal achar necessário para cumprir sua missão. Um ponto positivo a produção.
Porém, o negativo fica em consideração a uma frase destacada na contracapa do filme, comparando essa produção com a trilogia Bourne, o que é um grande equivoco. A trilogia Bourne é, justamente, inovadora, por revitalizar o estilo de ação cinematográfica, deixando-a mais real e próxima de nosso tempo. Já O Atirador, como dito, mantém um estilo concentrado em um período anterior, na época em que Stallone e Schwarzenegger eram reis.




O Alvo (Hard Target)

Dir. John Woo


Lançado em 1993, O Alvo não me atraiu quando o assisti na época. Mas, como de costume, não sentencio uma produção sem, ao menos, assisti-la de novo. Portanto, nada mais correto que dar outra chance para esse filme, ainda mais quando sou fã do balé belga de Jean-Claude Van Damme.
Dirigido pelo chinês John Woo, famoso por sua direção aguçada em cenas de ação, uso preciso do recurso da câmera lenta e de pombas como prelúdio da pancadaria, foi a convite do próprio Van Damme que Woo foi para os Estados Unidos filmar sua primeira produção em inglês.
Apesar das críticas e da ausência de retorno financeiro na época, O Alvo, ainda assim, é um filme eficiente, onde Woo mostra ser um competente diretor de ação, com sábio uso da câmera lenta e com bons closes para manter a agilidade nas cenas necessárias.
A trama, como devem imaginar, é um fiapo narrativo, muito simples: Chance Bondreaux (Jean-Claude Van Damme) é um estivador que trabalha no cais de Nova Orleans – Bondreaux também foi combatente militar - e que ajuda Natasha Binder (Yancy Butler), uma advogada, a encontrar seu pai desaparecido. Em sua investigação Chance descobre uma quadrilha que negocia pessoas, caçando mendigos e ex-combatentes em um safari mortal. É quando ele decide combater Emil Fouchon (Lance Henriksen), o chefe do negócio, e seus capangas.
Van Damme está involuntariamente engraçado com um ridículo mullet. O que crava a produção no inicio dos anos 90, também com uma trilha equivocada com base em sintetizadores.
A produção não é a melhor forma de Woo, mas é bom ver Van Damme chutando e dando bons ponta pés coreografados, algo que ele nem faz mais em seus novos filmes.
Vale destacar também que Woo repete no filme A Outra Face, uma cena de O Alvo. A mesma cena que Vam Damme e Arnold Vosloo ficam em lados oposto de uma parede, prestes a atirar, é repetida no outro filme com John Travolta e Nicolas Cage. E ambas são boas e climáticas.
Assim como a cena final dessa produção é muito bem dirigida e coreografada, mostrando em diversos ângulos a luta, fazendo com que o telespectador compreenda tudo o que acontece, diferente de algumas produções que filmam de uma forma que esconde tudo.
No final, o saldo se faz positivo. Para Woo, foi um bom cartão de entrada na indústria do tio Sam, e para Van Damme, que o levou até lá, gerou algum prestígio. Mas, evidentemente, o mesmo iria destruí-lo alguns anos depois.

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