domingo, 17 de maio de 2009

A Semana em filmes (26 de Abril a 02 de Maio)

Garotas Selvagens (Wild Things)

Dir. John McNaughton



Nota-se a época de produção de Garotas Selvagens, pelo tamanho – gigantesco – dos celulares que aparecem em cena. Detalhes a parte, a trama, se não houvesse um pouco de suspense envolvido, se encaixaria perfeitamente como um filme soft porn. Criando uma trama apenas para apelar para a nudez de Denise Richards – que nunca teve expressividade além de suas curvas corporais. Porém, as cenas são tão poucas que o enfoque da produção deve ser mesmo o suspense.
O roteiro é um daqueles onde as reviravoltas não param, chegando a causar náuseas de tantos movimentos giratórios. Quando o telespectador começa ter certeza daquilo que aparece na tela, tudo é exposto de forma inversa e assim por diante. Porém o básico da trama se concentra nessa frase: Uma bela jovem de uma das famílias mais ricas da Flórida acusa um professor de tê-la estuprado e, assim, começam as reviravoltas.
Se a produção paltasse apenas no suspense, poderia render uma boa produção. Ainda que Kevin Bacon, o policial da trama, estivesse em uma fase ruim, anterior à fase de boas atuações que perduram até hoje, e o roteiro fosse viciado pelas reviravoltas.
Mas, Garotas Selvagens, é o típico filme ruim que diverte. Feito para agradar por ser uma espécie mal feita e tosca, um Instinto Selvagem de quinta categoria.
Além dessa produção, o filme rendeu duas continuações mas me recuso a assistí-las.





Replicante (Replicant)

Dir. Ringo Lam



Mais um filme que decepciona após a segunda exibição. Replicante, que teve sua estréia mundial nos cinemas brasileiros, fez muito alarde na época como a volta de Van Damme aos bons filmes, mas, infelizmente, a história não é bem assim.
Novamente Van Damme interpreta dois papeis, um cruel assassino chamado Garrote que aterroriza a cidade de Seattle e ganha uma réplica que, de acordo com os organizadores do projeto secreto, seria capaz de atrair o assassino. Mas eles não contavam que a réplica, chamada de número Um, possui, ainda, uma mente infantil e precisa passar por um aprendizado. Ou seja, de um lado temos um bandido feroz e de outro um personagem bobão.
O filme foi lançado na época de O Sexto Dia, filme do Governator Arnold Schwarzenegger, que também abusa da idéia de clonagem e também não consegue ser bem sucedido.
Mesmo que a divulgação, na época, tenha sido maciça, com o astro vindo ao Brasil, elogiando o filme ao extremo, a produção é um tanto quanto insossa e não consegue emplacar. Quem lembra-se desses anúncios e pensa que a produção é o que se diz, a volta de Van Damme, se engana.
O filme faz parte da caixa O Melhor de Van Damme, citada na análise do filme Hell e, após assistir os quatro filmes, o melhor dos piores é Hell, a terceira parceria de Ringo Lam com J.C.V.D.




Transformers - O Filme (Transformers)

Dir. Michael Bay



Michael Bay nunca foi um diretor muito significativo. Com poucos filmes na carreira, ao menos os três primeiros – Bad Boys, A Rocha e Armageddon – são bons filmes de ação produzidos na década de noventa, ainda que imperfeitos. Mas após sua tentativa séria de realizar uma produção dedicada ao ataque de Pearl Harbor, o pouco talento de Bay tornou-se insuportável.
Porém, após sete filmes na carreira, tem-se a impressão que está completamente a vontade na cadeira de diretor para realizar Transformers, uma produção que une suas principais características cinematográficas: ação e explosões.
Evidente que não podemos esperar nada complexo de uma trama que envolve dois grupos de robôs, vindos de outro planeta, para brigar por um cubo no planeta Terra. Portanto, a partir de um roteiro simples e de uma boa dupla principal no elenco, o ator Shia Lebeouf e a maravilhosa Megan Fox, a produção dá espaço para os efeitos especiais e para os robozões quebrarem o pau a vontade, destruírem um bocado do planeta sempre com muitas, muitas explosões.
O lado positivo de Bay é que, um tanto quanto averso aos efeitos especiais por computador, o diretor realiza o máximo de explosões e efeitos possíveis em cenas reais. Tirando os robôs inseridos digitalmente, todo o quebra quebra foi, de fato, filmado. E ainda hoje produções como essa funcionam melhor do que filmes em que os efeitos reinam em todas as cenas.
Engana-se quem pensa que a produção não passa pelo crivo da segunda exibição. Ao rever o filme, achei-o tão divertido quanto a primeira vez e ainda fiquei, novamente, impressionado com os efeitos especiais que criaram os Autobots e os Decepticons, extremamente perfeitos e integrados as cenas.
A continuação do filme estréia mês que vem, e parece que a qualidade será a mesma – ao que tudo indica pelo trailer, o roteiro, novamente, é bem linear. Bom também para Michael Bay que finalmente pode explodir o que quiser e ter robôs gigantes como desculpa para sua diversão.





Curtindo a Vida Adoidado (Ferris Bueller's Day Off)

Dir. John Hughes


Há 23 anos atrás estreiava um dos melhores sopros eternos de juventude. É impossível não se entregar à simples, mas divertida história de Ferris Buller que, cansado de perder mais um belo dia na escola, resolve fingir para os pais que está doente e, ao lado do melhor amigo e da namorada, sair para passear.
Quem ainda não assistiu a esse clássico da comédia, com Matthew Broderick no papel principal, perde um dos grandes filmes icônicos do cinema, ainda divertido e engraçado após tanto tempo.
Com uma história tão linear e simples, chega a surpreender que a produção funcione do começo ao fim, gerando cenas e mais cenas clássicas. A segurança de Broderick no papel principal, o malandro Ferris, que sempre consegue dar um jeitinho em todas as situações, marcou-se eternamente como um personagem juvenil.
E juventude não falta nessa produção. Curtindo a Vida Adoidado é uma história eterna para todas as idades. Seja para aqueles grandões que curtiram sua juventude, como para os jovens de hoje. É uma das poucas produções que, mesmo quando chega ao fim, te deixa com aquela sensação bacana e um tanto inconseqüente de que, as vezes, o melhor é jogar tudo pro alto e fazer o que se quer.
Buller é a pílula para sabermos que nunca é tarde para aproveitarmos um dia ensolarado, é uma dica contra a monotonia e a chatisse. Capaz de reviver a juventude de qualquer um. Nas palavras do próprio: " A vida acontece bem depressa. Se, de vez em quando, não parar para aproveitar, vai acabar não vivendo."
Então, deixem um dia de trabalho para lá, saiam para ver o sol e cantar Twist and Shout.





Justiça Vermelha (Red Corner)

Dir. Jon Avnet


Assistindo a alguns filmes de Richard Gere, pude concluir que, mesmo que a produção não seja eficientemente boa, sua atuação sempre permanece em um patamar acima daquelas vistas normalmente.
Em Justiça Vermelha, thriller de tribunal do diretor Jon Avnet, Gere é um advogado bem sucedido que vai para China fechar um grande negócio. Ao passar uma noite por lá, sem conhecer quase nenhuma palavra da língua local, conhece uma linda chinesa e acaba levando-a para o hotel. No dia seguinte, a policia o acorda, aos solavancos e a moça foi, aparentemente, assassinada por ele. Sua personagem procura mostrar sua inocência em um país que, aparentemente, não poupa os culpados.
Deixando de lado eventuais reclamações sobre a visão americana perante a China, o roteiro da produção funciona, e permanece ao lado de Gere. Nenhuma das falas em chinês são traduzidas para o público, exceto aquelas que são traduzidas para sua personagem, facilmente apontando qual lado o telespectador deve estar.
Esse embate de comunicação ausente funciona, mostrando o quanto é difícil para um estrangeiro compreender um mundo que não é aquele conhecido habitualmente. A presença de sua advogada chinesa, papel de Bai Ling, lutando a favor dos diretos do estrangeiro, não importando sua nacionalidade, também equilibra a trama.
Mesmo que não seja um filme brilhante, como outro filme de tribunal também com Gere chamado As Duas Faces de Um Crime, essa produção talvez seja uma das mais coesas de Jon Avnet.

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