segunda-feira, 21 de setembro de 2009

A Semana em Filmes (13 a 19 de Setembro)

Jogo entre Ladrões (Thick as Thieves)

Dir. Mimi Leder


O talento constante de Morgan Freeman e o eventual carisma de Antônio Bandeiras parecem, por si só, uma formula interessante para compor uma boa produção. Mas basta uma análise mais aprofundada na filmografia de ambos para concluir que a história não é tão bela assim.
Tanto Freeman quanto Bandeiras possuem filmes duvidosos na construção de sua carreira, alguns que chegaram a até derruba-los do topo para a volta ao limbo.
Também é um tanto quanto recente a – boa – concepção que bons atores – lê-se aqui, de renome – não conseguem mais chamar a atenção do público apenas pela força de seus títulos. O público se tornou, a maioria das vezes, mais exigente e espera uma trama, ao menos, aceitável.
Com essas duas idéias em mente é questionável a produção de Jogo Entre Ladrões. Um filme com dois atores de renome que passou batido nas telas e, provavelmente, chamará atenção apenas em chamadas futuras em canais abertos de televisão.
A trama, como se pode prever até aqui pelos comentários acima, é mais previsível que areia no deserto. Dois ladrões que decidem unir suas forças para realizar um roubo impossível e, como é de costuma nessas produções, as tais reviravoltas, quase leis do cinema, dão as caras para encobrir um roteiro monótono.
Serve como a última das últimas opções em um final de semana em que a locadora está com todas as prateleiras de lançamentos quase vazias. Mas tratando-se dos dois atores, prefiram Morgan Freeman em Menina de Ouro e Antonio Bandeiras em Filadélfia ou nas produções do colorido Pedro Almodóvar.




Sangue & Chocolate (Blood and Chocolate)

Dir. Katja von Garnier


Um ano antes do cinema e das livrarias serem invadidas por uma enxurrada de narrações sobre vampiros e mundos mitológicos, muitos deles de mal gosto, essa produção centrada na lenda dos Lobisomens tentava fugir do lugar comum e se diluía na narrativa de filme para adolescente.
Portanto, em retrospectiva, há diversas semelhanças entre essa produção e Crepúsculo, ainda que os papeis estejam invertidos. Aqui é a mocinha a herdeira do poder que, a todo custo, tenta afastar o seu amado humano das tradições dos lobos mas, como é de se imaginar, será inevitável.
A história se passa em Bucareste, capital da România, para tentar manter a aparência de um filme sério, já que o local possui a lenda do Drácula também. Porém, todas as personagens falam em inglês, o que torna o local um detalhe bem esquecido.
Ainda que com lutas óbvias, a cena do mocinho contra um lobo do mal, dentro de uma igreja é interessante pelo seu desenlace. Assim como é impossível não comparar a transformação dos homens em lobisomens com os vampiros expostos ao sol em Crepúsculo. Se na história de Mayer, os dentuços brilham ao sol, nesta trama os humanos ao virarem lobos viram um brilho furta cor. Em uma óbvia fuga para não gastar efeitos especiais que não funcionariam.
O roteiro da produção nem é original, é adaptado de um livro. Mas não tenho a informação se o mesmo chegou a sair no Brasil.





Marido Por Acaso (The Accidental Husband)

Dir. Griffin Dunne


Como é de costume anualmente, Marido Por Acaso é aquela produção de comédia romântica que junta o mais comum do gênero com a narrativa mais pasteurizada. Desperdiçando, por conseqüência, bons atores de seu elenco.
Os fãs do gênero, normalmente, sabem que as tramas não são exatamente novas, mas um bom desenrolar dos acontecimentos, muitas vezes, ajudam a transformar a produção. Porém, não há nada no fronte aqui.
Uma Thurman é uma radialista dedicada a responder perguntas de cunho amoroso em seu programa. Ao seguir os conselhos da radialista, uma noiva, prestes a se casar, cancela seu matrimonio. O tal futuro ex-marido resolve dar o troco na radialista e por um meio ilícito – e mal explicado – cria uma certidão de nascimento com a radialista que – adivinhem – está prestes a se casar. Assim, ela corre atrás dele pedindo que anule o casamento mas, as vias do destino, fazem com que... Ah, podem deduzir o resto.
Sem apresentar nada de novo, a história é um desperdício de tempo e um dinheiro fácil que o trio principal colocou no bolso. Mesmo para os fãs do gênero meu conselho resume a uma só palavra: não.





Inimigo do Estado (Enemy Of The State)

Dir. Tony Scott

Onze anos atrás, data desta produção, o conceito de uma trama centrada na conspiração não era, nem de longe, tema central nos filmes americanos. Pouco se falava sobre histórias com duplicidades e um enfoque político profundo – evidente que salvam exceções. Pelas poeiras das torres em onze de setembro, a realidade foi catapultada para os cinemas e muitos filmes – incluem-se até blockbuster – abusaram das tramas intricadas que envolviam politicagem e traidores.
Não que Inimigo do Estado seja uma produção inovadora. Porém sua boa trama mantém-se bem na maior parte do filme e fez parte da escada que trouxe Will Smith ao grande estrelado.
Desde cedo a direção de Tony Scott, ainda que oscilante em diversos pontos da carreira, tem um bom estilo.
Como produção de uma década atrás é curioso observar a visão em relação as pessoas sendo observadas quase todo o tempo por câmeras de vigilância, algo que hoje é uma realidade bem crua. Os cinéfilos mais atentos também notaram no elenco de apoio algumas carinhas jovens de, provavelmente, alguns atores dito como promissores mas que, dos que lembro, o único que realmente foi significativo foi Jack Black.





Se Eu Fosse Você 2 (Se Eu Fosse Você 2)

Dir. Daniel Filho


Não nego uma certa felicidade ao constatar que uma produção brasileira conseguiu arrecadar fundos suficiente para se pensar em uma continuação. Mesmo que o filme seja explicitamente comercial, reflete positivamente que o cinema brasileiro está progredindo em passos interessantes. Dando margem para produções mais profundas e até mesmo continuações delas, vide o futuro Tropa de Elite 2.
Importante também é compreender que Se Eu Fosse Você 2 tenta, acima de tudo, não ser meramente uma cópia de sua primeira produção. Ainda que já saibamos que acontecerá no enredo – a tal troca de corpos entre o casal principal – o roteiro tenta honestamente mudar um pouco o enfoque a respeito, tentando não entregar um produto tão requentado assim.
Não só a troca de corpos, por já ser conhecida pelo público, abre mais espaço para a interpretação de Tony Ramos e Glória Pires, como o universo em geral da trama parece mais brasileiro do que o primeiro que possuíam muitas cenas fora de nosso mundo natural.
Porém, nem tudo são rosas e certos elementos da trama poderiam ser mais plausíveis. Além disso, o filme conta com Chico Anysio quase esquecido fazendo o pai do interesse amoroso da filha do casal, lamentável o velho e genial Chico só estrelar um pequeno papel.

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