sexta-feira, 16 de outubro de 2009

[Resenha] House M.D., 6a temporada (06x05, Instant Karma)



Instant Karma (06x05)

Data de exibição: 12/10/09

O Que Dr. House Diria?

"Quem disse que o mundo deveria funcionar?"

"As pessoas nunca conseguem o que merecem. Só o que é possível, e nenhum de nós pode fazer nada a respeito."

"Melhor um assassinato do que um diagnóstico errado."







ATENÇÃO: PARA MELHOR ANÁLISE DO EPISÓDIO, ALGUMAS PARTES DO ENREDO SERÃO CONTADAS DURANTE O TEXTO (OS CONHECIDOS SPOILERS). PORTANTO PARA SUA SEGURANÇA, SE NÃO QUISER SABER NADA A RESPEITO, PARE DE LER O TEXTO AGORA. MAS RETORNE APÓS TER ASSISTIDO O EPISÓDIO, POR FAVOR.


Ainda em movimento inicial, é quase redundante afirmar, mais uma vez, que Instant Karma é, como os episódios anteriores, mais a restabelecer uma seqüência de parâmetros antigos e consagrados na dinâmica da série.

Se em The Tyrant havia oscilações na trama por conta do mal desempenho em liderar de Foreman, esse episódio marca a estrutura mais clássica da série, e sem apresentar grandes avanços, flui bem melhor.

O caso apresentado, além de mais interessante, coloca House como líder, a pedido do próprio pai do paciente. Foreman permanece apenas com o cargo no papel, tendo um ou dois momentos de tomar as rédeas e decidir por si mesmo. A liderança-não-declarada-oficialmente de House, acrescida da ausência de 13, retira um dos pesos das costas de Foreman e, mais relaxado, o deixa novamente audacioso, retomando o bom médico que era.

Por outro lado, cabe a ele apresentar o relatório final sobre o ditador Dibala, morto no episódio passado, na conferência de Morbidez e Mortalidade. Por ter encoberto Chase em sua decisão, o médico estuda minuciosamente o caso para saber se o australiano cobriu todos seus passos, para que eventuais erros não apontem a morte proposital.

Embora minha impressão fosse de que alguma revelação fecharia esse enredo, não houve nada de especial. Chase matou seu personagem de acordo com suas crenças, de que um ditador vivo anularia diversas vidas salvas pelos médicos durante esses anos. Seu ato tira um pouco a mecânica de sua personagem, normalmente amoral e toca em um ponto importante de que, ao contrário de deuses imparciais, médicos são também humanos e suas dores podem interferir na cura de um paciente. É também esse mesmo aspecto humano que começa a desesperá-lo quando Foreman encontra uma diferença entre dois exames de colesterol, o verdadeiro de Dibala e o forjado por Chase, retirado de outra paciente.

O confronto é um bom elemento no roteiro para reaproximar o público da personagem. Chase se torna distante, não só do caso em que estão, como de sua vida conjugal com Cameron. Desesperado por encontrar alguma maneira de justificar a diferença entre um exame e outro.

Seu comportamento distante não passa despercebido pelos olhos altamente observadores de Gregory House. Seu prazer em vencer desafios não se completa apenas na medicina. Mas sim em tudo que, de repente, lhe soa estranho e, assim, precisa ser desvendado.

A tática audaciosa dos roteiristas em ter levado House para a reabilitação podia ter feito bons estragos, fazendo com que o público pensassem que seus dons seriam diminuídos em sua volta agora livre de algumas obsessões. Mas seu apuro além dos vícios o fazem, como sempre, ter o diagnóstico final para o caso e ainda ajudar Chase, apontando-lhe o melhor método para justificar a diferença entre os dois exames.

A reabilitação mental e física de Gregory não tirou seus talentos naturais e sua personalidade. Sua língua afiada, o jeito agressivo e a amoralidade continuam presentes. Em suas próprias palavras, melhor um assassinato do que um diagnóstico errado.

A House não importa as convicções que levaram Chase a realizar o que fez, mas sim seu comprometimento com os desafios, com o jogo de desvendar as doenças e dar diagnósticos. O resto, pode ser considerado como apenas leves defeitos de caráter.

Sua atitude pode parecer distante, mas protegendo um membro de sua equipe, assim como tentou cancelar, em vão, o vôo de 13, Gregory aponta, a cada episódio, traços de sua humanidade. Um anti-heroi capaz de observar os atos de quem o cerca mas sem salvá-los por completo. Tentando, apenas, apontar uma direção correta, nem que seja para seu próprio interesse.


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