sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

[Resenha] House M.D., 6a temporada (06x10, Wilson)





Wilson (06x10)

Data de exibição: 30/11/09

O Que Dr. House Diria?


"O fato de não falar inglês não é uma desculpa para não ser humilhado pelo que vou falar."

"Significa que te ignoro para provar algo, essa é a diferença."

"Desapontamento é raiva para medrosos."










ATENÇÃO: PARA MELHOR ANÁLISE DO EPISÓDIO, ALGUMAS PARTES DO ENREDO SERÃO CONTADAS DURANTE O TEXTO (OS CONHECIDOS SPOILERS). PORTANTO PARA SUA SEGURANÇA, SE NÃO QUISER SABER NADA A RESPEITO, PARE DE LER O TEXTO AGORA. MAS RETORNE APÓS TER ASSISTIDO O EPISÓDIO, POR FAVOR.


Desde seu movimento inicial, é notável o foco diferente neste episódio que, até no título, mostra que a estrela será James Wilson, o médico oncologista melhor amigo de House. A cena que abre o episódio já ganha um ar especial, pois engana – e me enganou – quem imagina que a canção toca, acompanhando o despertar da personagem, é um efeito pós produção, quando, de fato, é o próprio House tocando uma canção que desperta Wilson, e que, dito por Gregory, em dias normais, já deveria estar acordado e passando fio dental.

Se em minhas análises a ênfase nas oscilações entre a qualidade dos episódios foi sempre exposta, é inegável que a sexta temporada pretende explorar e inovar além de seus outros anos. Diferentes times na equipe foram testados e, após seis anos, o público recebe um episódio centrado em Wilson. Um grande acerto por parte de seus produtores.

Sua personagem, desde o inicio, é uma das bases que rege a série. Ainda que com presença reduzida em certos capítulos, sua relação com House sempre é a força que leva o médico ao seu encontro. O que, muitas vezes, geram discussões filosóficas que iluminam Gregory e lhe dão a resolução de seu caso, a famosa epifania que o resolve rapidamente.

James Wilson é um personagem incrível. Bem carismático e que contrasta com a personalidade fechada de Gregory. A amizade de ambos funciona como um equilíbrio, e se eleva cada vez mais por sempre conseguir superar qualquer problema que surge. Normalmente vindo da maneira incisiva e agressiva de House.

Pela primeira vez temos uma visão ampla do cotidiano de Wilson. Sua presença é forte suficiente para sustentar um incrível episódio. E tece diversos equilíbrios e contrastes, não só acrescentando pontos na amizade com House como na relação com seu trabalho.

Como médico oncologista, presenciando dia a dia a morte ou os dias que a antecede, há mais tristezas do que vitórias em sua profissão. O fardo deve ser pesado, ainda mais para um médico pacato e de bom coração que acredita no melhor das pessoas e se importa com seus pacientes.

Toda sua crença será a base do episódio. E seu conflito interno em fazer o possível e o melhor, enquanto House, como sempre, transforma tudo em um jogo de apostas. Wilson aceita o desafio do médico, para provar que nem sempre seu ponto de vista é o correto.

Seu esforço em salvar seu paciente, que possui leves laços de amizade com o médico, é notório. Mas no fim, o pedido inevitável do paciente coloca em cheque uma dessas suas crenças e dá vazão as certezas de House. Transplantar um pedaço de seu órgão ao paciente, demonstraria a bondade de Wilson, mas também confirmaria a tese de House de que o paciente pouco se importa, de fato, com Wilson.

O desenlace da trama condiz com as atitudes de sua personagem. E Wilson aceita o transplante mas tem a percepção da condição humana logo em seguida, quando o paciente lhe diz que as pessoas que queremos perto de nós quando estamos doente, não são as mesmas quando estamos bem.

O resultado dessa descoberta, da tristeza de saber que fora usado, aproxima House de Wilson. A cirurgia cria mais uma bela cena nessa temporada, em que Gregory quebra momentaneamente sua frieza com o amigo e lhe diz que, caso ele morresse na operação, ficaria sozinho. Suas poucas palavras e o cuidado atento na recuperação do amigo, dão a força suficiente a Wilson para compreender que, embora tenha feito tudo a sua maneira, a decepção era inevitável. E, assim, mais um belo momento da série em que os amigos conversam como iguais, e Gregory diz que não há mal nenhum em ter raiva. De maneira não usual, como tudo em House, Wilson percebe um pouco mais da realidade que o cerca com essa frase. E ela lhe parece confortável.

Assim, sai do campo neutro da relação de Cuddy com House e assume uma posição. Fica ao lado do amigo e decide, só por vingança e raiva, comprar o loft que Cuddy desejava para morar com Lucas. Afinal, ela tinha magoado seu melhor amigo.

A trama do décimo episódio da sexta temporada reaproxima com muita graça, um dos grandes personagens da série que ainda não tinha ganhado sua atenção devida. E apresenta ao público, novamente, o valor desse laço estranho entre House e Wilson. Duas pessoas completamente opostas entre si, por valores e atitudes, mas que são unidas por esse delicioso sentimento chamado amizade.






4 comentários:

  1. eu acho ótimo quando a série resolve deixar de lado por um tempo a estrutura do caso; esse episodio foi muito bom!

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  2. Também gostei do episódio... E as cenas da equipe do House passando com o paciente em crise enquanto o Wilson caminhava pelos corredores foram muito legais.

    Agora, a piada inevitável: existe uma comunidade no orkut chamada "Hilson"... Confesso que, depois desse episódio, ela passou a fazer algum sentido para mim.

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  3. Seu post foi muito bonito!!! Cada palavra escrita com muita graça para demonstrar a amizade daqueles dois adoraveis médicos!
    House/Wilson forever!!!!!! <3

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