domingo, 7 de fevereiro de 2010

Metallica, World Magnetic Tour, 30 de Janeiro, Morumbi - São Paulo

O texto em questão refere-se a apresentação de 30 de Janeiro, as 21h30, no estádio do Morumbi em São Paulo.



Creeping Death
For Whom The Bell Tolls
The Four Horsemen
Harvester Of Sorrow
Fade To Black
That Was Just Your Life
The End Of The Line
The Day That Never Comes
Sad But True
Broken, Beat and Scarred
One
Master Of Puppets
Blackened
Nothing Else Matters
Enter Sandman
- - - - - - - -
Stone Cold Crazy
Motorbreath
Seek and Destroy






Quando, por fim, as luzes do estádio do Morumbi se apagaram, eram poucos os minutos de atraso em relação a hora oficial do show. Clint Eastwood aparecia nos telões colocados ao lado do grande palco, ainda jovem, em sua fase western que marcou seu estrelado. Guiados apenas pela música e pelas imagens do telão, o público entoava o coro de the Ecstasy Of Gold, canção composta pelo grande Ennio Morricone, como parte da trilha do filme Três Homens em Conflito de Sergio Leone.

Tal canção abre o disco ao vivo S&M do grupo. Mesmo que muitos desconheçam a origem da homenagem realizada pela banda, o requinte da abertura é inegável. É o primeiro ato da primeira noite histórica do Metallica no Morumbi.

Após uma turnê cancelada do conturbado disco St. Anger, não realizada por nítidos problemas da banda, pela primeira vez a nova formação do Metallica desembarca ao Brasil e apresenta a turnê World Magnetic com três shows. Um deles em Porto Alegre e dois na cidade de São Paulo.

A expectativa em torno dos shows fora bastante carregada. Ao começar pelo álbum que a originou, Death Magnetic, responsável por trazer a sonoridade perdida da banda e reaproximar fãs que estavam afastados do grupo devido a diversos problemas. Desde aqueles que reclamaram de uma sonoridade mais suave nos últimos álbuns, aos que não gostaram na luta contra os próprios fãs e os downloads ilegais que culminou em um álbum que refletia toda a desarmonia interna do grupo.

Como promete a cartilha de shows internacionais realizados no país, centavos não foram poupados para apresentar um show único. Desejo da própria banda que, nas palavras de James Hetfield, tinha como objetivo, naquela noite, trazer diversão e deixar o público melhor do que quando entraram.

O som é testado em exagero pela produção antes de sua realização, e tal esmero é refletido na hora do espetáculo. Parte das luzes, que iluminam os músicos diretamente, são comandadas manualmente por especialistas que permancem o show todo presos no alto. E o palco ganha um estilo a mais com microfones não usuais, que imitam os microfones da era do rádio. Além de diversos efeitos como fogos de artifício, explosões e efeitos sonoros que contribuem para que o preço salgado do ingresso – comentado na coluna Alta Fidelidade no texto Vale Quanto Pesa – compense a noite.

Em recente entrevista, o grupo afirmou que hoje são melhores músicos que anteriormente. Por ser meu primeiro show ao vivo da banda, não tenho nada a reclamar. O quarteto mantém sua magnitude musical e seu carisma perante ao gigantesco público presente.

O show da tunê World Magnetic é pautado nos melhores momentos do Metallica. Canções mais recentes foram deixadas de lado, provavelmente para evitar atrito com fãs mais severos, dando atenção para os clássicos e o disco novo. O set list da primeira noite, exposto acima, resgatou canções antigas, apresentou as novas do ótimo novo álbum, e foram, sem exceção, bem acompanhada pelo público.

No palco a banda é exemplar. A sonoridade é rica, dando o peso certo para as canções e demonstrando que os músicos ainda estão em forma, apesar de serem quarentões ou mais. James Hetfield mantém a todo tempo a interação com o público. Pede sua energia, arrisca palavras em português – em um forte sotaque diz “Estão prontos?” – e faz perguntas sobre o gosto do público sobre o novo cd e sobre o andamento do show.

Nesse ponto, até mesmo aquele fã que prefira os discos mais antigos não pode negar sua empolgação quando, após Nothing Else Matters, Hetfield deixa ecoar o som da guitarra e, de costas para o público, executa as primeiras notas de Enter Sandman, a última faixa antes do bis, que leva o estádio a loucura.

Quem acompanhou as notícias sobre a crise da banda, e ainda viu o excelente documentário Some Kind Od Monster, sabe que o quarteto teve momentos bastante turbulentos. Não só a perda de um integrante da banda, como brigas internas e embates contra os próprios vícios.

Em um determinado momento, Hetfield amplia seu discurso. Agradece a presença de todos, explicita a intenção da banda de deixar todos, no final da noite, bem mais animados do que quando chegaram, e agradece todos os fãs que, mesmo nesses anos anteriores, de grande turbulência, estavam presentes dando o apoio necessário para o grupo. Apoio que hoje reflete-se em um momento bastante positivo. Mostrando que o público é uma grande força a uma banda.

E ali, em meio a 68 mil pessoas, por alguns minutos realiza-se uma terapia em grupo, apoiada por gritos, urros e aplausos ao coro de “Metallica” vindo dos fãs. E, assim, nascem os próximos acordes das guitarras de Hetfield, Kirk Hammett, do baixo de Robert Trujillo e da bateira de Lars Ulrich.




Registro

A turne World Magnetic vem sendo registrada oficialmente em aúdio e vendida no site da banda e os três shows do Brasil já estão disponíveis em mp3 para compra. Evidente que a essa altura, já há por ai sites que disponibilizam de maneira gratuíta o album. Nenhum link ficará disponível aqui, mas eis o aviso.


Fotos

As fotos que estão nesse texto, bem como as do album linkado, foram tiradas pelo autor do blog com todos diretos reservado. Qualquer um que queira copiá-las para publicá-las em outros sites, por favor, apenas avise o autor. Obrigado.


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