quarta-feira, 24 de março de 2010

Sex And The City, Primeira Temporada

A primeira série da HBO a abrir caminhos para o sucesso


Baseada no livro homônimo de Candence Bushnell – tendo altas semelhanças entre a personagem principal e sua autora – a série Sex And The City se tornou popular em sua exbição, de 1998 a 2004, e até hoje é prestigiada. Sua continuidade voltou-se para o cinema, cujo segundo filme está prestes a ser estreado.

Com duração de meia hora cada episódio, estabelecendo, assim, como uma série cômica, Sex and The City foca-se na vida de quatro amigas pelo âmbito pessoal e sexual. Mostrando como uma mulher solteira contemporânea vive em uma gigante megalópole.

Como convem ao figurino, as quatro personagem são retratos bem diferenciados, encaixando-se em tipos. A figura que narra as aventuras do quarteto é Carrie Bradshaw, colunista de sexo para um jornal.

É um tanto quanto notório que a produção seja voltada para o público feminino, que se identificará mais com a trama. Tem muito valor por ter colocado nas telas americanas – e consequentemente de muitos países – um assunto cotidiano muito falado, mas escondido pelos panos do tabu.

Porém, de todas as séries que vi do canal HBO, esse primeiro ano é que menos se destacou. Ainda mais com a escalação de Sarah Jéssica Parker como a personagem principal. Embora a atriz tenha ganhado prêmios com sua interpretação, em poucos momentos considero-a simpática e muito menos inspiradora ao ponto de ganhar o adjetivo de sexy.

Dessa maneira, fica difícil desenrolar uma trama cuja idéia central seja o sexo, algo sedutor por si só, com uma personagem nariguda de pouco desenvolvimento cênico. Resta para suas amigas, a meiga Charlotte, a ninfomaníaca Samantha e a mulher alternativa Miranda, elevarem o ritmo.

O primeiro ano da série é curto, com apenas doze episódios que completam dois dvds. A série foi lançada tanto por temporada, como em uma caixa especial no Brasil, que não possui nada demais a não ser a embalagem que as une.


domingo, 21 de março de 2010

Retirando a poeira

Prezados leitores do blog,

Esse espaço não se findou. Por motivos explicados anteriormente, tive um problema em meu notebook e, com isso, fui incapaz de dar continuidade ao blog. Isso não só foi prejudicial a mim, como a quem entra nesse espaço procurando informações e resenhas.

Assim redijo esse aviso para confirmar que, agora com um novo sistema operacional, o blog estará de volta a ativa. A partir de amanhã suas atualizações correntes entram em vigor e as que ficaram para trás serão recuperadas.

Os episódios do House ainda não analisados serão assistidos por mim em uma maratona e tentarei, aos poucos, coloca-los aqui. Em umas duas ou três semanas estarei emparelhado novamente com todos.

Peço desculpas pelos imprevisto. Aproveitando o espaço ausente, a partir de amanha pequenas modificações significativas serão realizada no blog, uma maneira de facilitar o acesso de quem procura filmes, séries, livros, o que for.

Obrigado,
Thiago

quarta-feira, 10 de março de 2010

Revelations, Mini série

Mini série exagera nos apelos para sustentar argumento fraco

Transmitida pelo canal NBC a partir de abril de 2005, em apenas seis episódios, a mini série Revelations, situada nos dias de hoje, com temática religiosa, é um forçoso mar de pretensão.

Escrita por David Setlzer, autor dos livros que originaram a excelente trilogia A Profecia, Revelations acompanha um astrofísico (Bill Pulman), cuja filha foi assassinada por um satanista, e uma freira (Natascha McElhone) perita em estudar possíveis milagres e documenta-los. As personagens se unem quando, aparentemente, os escritos do livro do Apocalipse (que em inglês é comumente conhecido só como O Livro das Revelações ou Revelações) estão prestes a acontecer.

Tem-se, então, uma trama exageradamente forçada, em que seu roteirista pontua diversos trechos da bíblia com acontecimentos da série. Dando-nos a entender que, de fato, o fim está próximo.

Dessa maneira, em seis episódios mal formatados, a dupla corre a procura de pistas sobre o novo messias, ao mesmo tempo que é atacada pelos seguidores satanistas, caem em falsos mistérios, todo uma ação que em nenhum momento parece estarrecedora ou assustadora.

É perceptível que tais ações estão forçando seus argumentos. Assim como é de se imaginar que tal série fora encomendada para chamar atenção do público em uma época onde best-sellers estão trazendo mistérios que envolvem segredos da igreja, revelações escondidas, e outros ganchos que conquistam o público.

Se o argumento não resolve, imaginem a bela Natascha McElhone, que interpreta Karen, a sexy esposa de Hank Moody, em Californication, como uma freira devota que sabe diversos versículos na ponta da língua. Ou um pai cuja filha foi morta por um satanista, interpretado por Bill Pullman que possui pouquíssima capacidade dramática e cujo filme mais relevante seja Independence Day. Não é de esperar que o resultado seja qualidade.

Apesar disso a série registrou picos de 15 milhões de espectadores mas, honestamente, não sei a média de público no Estados Unidos para saber se é, de fato, bom sinal. De qualquer forma a Universal lançou a mini série em dvd. Portanto, se a encontrarem em alguma locadora, o aviso de que assistirão algo desequilibrado fica desde já.

segunda-feira, 8 de março de 2010

A Semana em Filmes (28 de Fevereiro a 06 de Março)


Eclipse Mortal (Pitch Black)

Dir. David N. Twohy



Primeiro filme de grande exposição de Vin Diesel, considerado um ator de ação contemporâneo, Eclipse Mortal ganhou certo destaque em seu lançamento. Na época, as ficções científicas estavam tão em baixa que a premissa dessa produção chegou a receber elogios.
Foi com essa imagem, de um filme com bons resultados, que o reassisti. Após a exibição, ficou a pergunta de em que lugar é possível encontrar qualidade em uma história evidentemente criada para o segundo escalão.
A ação da trama ocorre de maneira bastante lenta, criando uma aura em torno da personagem de Diesel, Riddick, um condenado que, de tanto viver no escuro das celas, em solitária, pagou um médico para que operasse seus olhos, fazendo com que enxergasse no escuro. Ele é a única salvação possível de uma nave que cai em um planeta desconhecido que, coincidentemente, está prestes a ter um eclipse milenar. Na escuridão, surgem bichos mal feitos pela computação gráfica que só os olhos e os músculos de Riddick seriam capaz de combater com eficácia.
Enumeram-se assim os clichês mais estúpidos como as personagens que não ligam para os monstros e logo morrem, as cenas de impacto visual cuja intenção é mostrar o quão durão é sua personagem principal. Mas tal cenas, e os diálogos, são tão inverossímeis que não há graça na história.
Ainda que a personagem Riddick seja interessante, e tenha originado uma continuação, poderiam pensar em deixar o roteiro nas mãos de alguém competente em uma terceira tentativa (Vin Diesel gosta muito da personagem e já afirmou que pretende explorá-la novamente).




Tootsie (Tootsie)

Dir. Sidney Pollack


É possível sentir a atmosfera e a qualidade de Tootsie logo em seus minutos iniciais. Dustin Hoffman é um ator excelente, com muita presença de cena, e a abertura do filme mostra a evolução de sua personagem que também é um ator. Mas ao contrário de Hoffman – que muitos afirmam ser alguém incrível pessoalmente – seu personagem, Michael Dorsey, é um ator exigente e complicado, que não encontra mais empregos de tanto implicar com aqueles que encontra e logo ser demitido. Por ter ciência de seu talento, decide, por conta própria, ir a um teste de elenco para uma novela americana travestido como mulher.
A composição do roteiro é feita com bastante cuidado. Há comédia e drama na medida certa. A princípio o filme evoca o próprio significado da representação artística. A idéia que todo artista é ilimitado, sendo capaz de interpretar qualquer papel, bastando apenas seu talento. E refletindo que essa profissão é sempre inconstante, visto que ao terminar um papel, o ator logo está desempregado. Como afirma o personagem de Hoffman, o desemprego é quase vitalício na profissão.
Ao contrário de diversos filmes que hoje utilizam-se do travestimento para garantir o riso, como um apelo, Tootsie foi uma das primeiras a realizá-la – posso me recordar além dela somente de Quanto Mais Quente Melhor. E ao contrário das produções recentes, em que a transformação é vista ao público, Hoffman aparece transformado em uma cena para outra. Só muito mais a frente que vemos a dificuldade em se realizar tal transformação, o que deixa a mudança de aparência com muito mais impacto.
Travestido de sua personagem feminina, Dorothy Michaels, Hoffman realiza um show a parte, demonstrando todo o talento que por anos o fez estrelar diversas produções e que, atualmente, só não aparece em muitos filmes, por afirmar estar cansado da indústria.
O filme venceu o oscar de atriz coadjuvante para Jéssica Lange, mas concorreu em mais nove categorias: melhor filme, melhor diretor (Sidney Pollack), melhor ator (Dustin Hoffman), melhor atriz coadjuvante (Teri Garr), melhor fotografia, melhor edição, melhor canção original (It might be you), melhor som e melhor roteiro original.
É possível notar a época do filme pelos cortes de cabelo e pelas canções repleta de sintetizadores, mas sua produção e ritmo ainda são bem frescos e impecáveis. Uma bela produção cômica do cinema.



domingo, 7 de março de 2010

Tudo o Que Você Pensa, Pense ao Contrário, Paul Arden


"É a maneira errada de pensar, mas a maneira certa de vencer.

Vamos começar com o pé direito tomando algumas decisões erradas.

Um Erro."





Autor: Paul Arden
Editora: Intrínseca
144 pag.

Tradução de Roberto Muggiati




Há uma época na vida de um leitor que as barreiras de estilos são quebradas. O gosto da leitura é tão ávido que se começa a devorar ficções, biografias, um ou outro livro técnico cuja informação deseja se conhecer melhor. Intrigante, também, é aquela estante malfadada da livraria, chamada de auto ajuda.

Sua conceitualização é um tanto quanto triste, pois reúne material feito com a intenção de dar orientações para o mais variado tipo de pessoas e indicações absurdas de como viver melhor com base em manuais. Em resumo, não vale nem mesmo o papel em que é impresso. Impressiona que seja tão vendido.

Nunca as pessoas tiveram tantas dúvidas sobre si a ponto de procurar apoio em palavras vendidas em senso comum. Conceitos que, as vezes, roubam raízes de doutrinas orientais mas que são diluídos ao máximo e perdem todo o seu significado original.

Intrigado por essa questão, da potência de vendas de um livro auto ajuda em proporção a sua qualidade, fiz a leitura de Tudo o Que Você Pensa, Pense ao Contrário de Paul Arden.

Desde sua capa a pretensão é ampla. Tem-se o nome do autor e o título de maior vendedor de livros do mundo, dando-nos a entender que seu nome seja bastante renomado.

A intenção de produzir esse livro, de acordo com a sinopse, fora a de apontar que, as vezes, escolhas erradas podem ter saídas benéficas e que tratar o erro como um simples engano é não observar e aprender sobre dificuldades.

Apenas por essas linhas, é de se imaginar que o conteúdo do livro se equilibre entre uma boa argumentação que apresente ao leitor que, mesmo quando se erra, é possível seguir em frente e levar algo positivo disso. Mesmo que usasse de uma linguagem leve, sem profundidade, mas que, ao menos, tivesse uma linha de raciocionio e narrativa.

Porém, não é isso que se vê. O livro é apenas um agrupamento de imagens e frases soltas em que o autor vai apresentando frases ou histórias curtas de pessoas conhecidas que, mesmo cometendo aquilo que seria um erro, tiveram sucesso. Eis então frase de escritores, diretores, pintores, fotografias famosas, um agrupamento aleatório que não chega a fazer muito sentido com a intenção inicial do livro.

Ainda que seja imaginável que a intenção do autor seja conquistar seu público com uma seleção de imagens e poucas palavras - no estilo livro infantil aprendendo a ler – é anômalo que tal livro seja considerado algo especial e ainda tenha altas vendas e, em sua contra capa, receba comentários de especialistas em negócios – já que tal livro é voltado também para o ramo - tecendo elogios dizendo de um especialista que afirma que se tivesse lido a obra em sua juventude, sua maneira de lidar com as adversidades teria sido completamente diferente. É possível pensar que tal afirmação, embebida de exagero, não surgiu ao acaso, mas sim mediante pagamento.

Tudo o Que Você Pensa, Pense ao Contrário é apenas um dos exemplos de um ramo da produção editoral que entristece. Por gerar palavras rasas de consumo fácil e, ainda assim, ser capaz de gerar milhões em lucros, já que muitos procuram a cura para seus problemas em bobagens como essa. Livros que não dão ao leitor a abertura do questionamento, da dúvida; mas sim já entregam respostas e estilos de vida prontos.

sábado, 6 de março de 2010

Alta Fidelidade: Plagiar é Preciso


Há um verso na canção Do It, do cantor recifense Lenine, composta com Ivan Santos, cujos dizeres são uma síntese de um modo de vida: “Se não é, imite”.

Parece que tal estilo foi seguido a risca por algumas editoras brasileiras que, há certo tempo, vem realizando plágios descarados de traduções conhecidas e mudando sua autoria em um passe de mágica.

Talvez, para o leitor comum, a importância de uma boa tradução passe despercebida. Abre-se o livro, lê-se com bastante fruição e, em seu término, tecem elogios sobre a prosa de seu autor. Porém, entre as palavras originais e aquelas lida em sua língua, há uma ponte, muitas vezes invisível chamada tradutor.

Sua responsabilidade é bastante alta. Não basta apenas verter o original para a língua local. É necessário ter vasto conhecimento de ambas as línguas, para evitar erros de interpretação; realizar adaptações precisas de expressões idiomáticas; conhecimento abrangente sobre a obra do escritor; e a capacidade de, mesmo que em outra língua, deixar transparecer o estilo original do autor.

São diversas as teorias por trás do processo de tradução. Mas é um consenso que realizá-las nunca é um processo fácil. Demanda tempo, conhecimento com a obra, dedicação.

O leitor talvez nem suspeite do suor do tradutor para conseguir finalizar aquela obra e deixá-la a altura de seu original. Ainda mais quando as edições brasileiras constam na contra-capa, no máximo, o nome de seus tradutores e há edições que nem mesmo se dão a esse trabalho.

É evidente que leitor algum é obrigado, de antemão, a conhecer e compreender o funcionamento de uma tradução. Tenho esse conhecimento porque estudo na área de Letras.

Tive um choque quando descobri a importância de uma boa tradução e, desde que adentrei no curso, há cinco anos, agora procuro, além de uma edição com um bom preço, se tal tradução é bem feita e confiável.

Todos esses argumentos de uma boa tradução se chocam com uma realidade nefasta que algumas editoras brasileiras vêm realizando: a cópia de uma tradução. O roubo de um trabalho suado, sem pagar nada por isso, e a substituição do nome do tradutor original por um nome fictício que, muitas vezes, chega a parecer excêntrico de tão diferente.

Há certo tempo acompanhei de perto o nascimento dessa descoberta. Foi através da tradutora Denise Bottmann que, junto com um grupo de tradudores, suspeitaram dessa problemática ao notar que certas traduções da editora Martin Claret não só pareciam muito com traduções antigas de renome como apresentavam, vejam só, os mesmos erros de interpretação.

Eu mesmo, ao lado de Bottmann, cotejei diversos livros da Martin com edições antigas de outras editoras, comprovando o plágio indevido. O uso do texto era extremamente fiel, a exceção de um artigo indefinido aqui, uma mudança temporal de verbo lá, para simular que, aparentemente, tais traduções eram distintas.

Com observação e pesquisa foram surgindo não só mais verificações de plágio da mesma editora, como de outras. Talvez a única que tenha saído-se bem da situação foi a editora L&PM que não só assumiu os erros de seus plágios, tirando os livros de catálogo, como agora tem contratado um time de tradutores para suas novas publicações (foi a pedido dos leitores que a editora lançou uma tradução nova de Orgulho e Preconceito, de Jane Austen). (Cabe aqui uma correção posterior, apontada por Denise Bottmann, a qual agradeço, nos comentários abaixo do texto. O que de fato ocorreu com a editora L&PM foi a compra de traduções da Nova Cultural, esta sim, a responsável pelos plágios. A L&PM chegou a mover um processo contra a editora devido a isso.)

Infelizmente, tal atitude não é vista com a freqüência que gostaríamos de ver. Mesmo assumindo alguns de seus plágios, até hoje a editora Martin Claret não tirou das livrarias suas edições. Desde que soube de tais acontecimentos nunca mais comprei uma publicação dela. Cheguei a escrever a eles, pedindo uma troca de meus exemplares plagiados por outros, autênticos, edições de bolso com livros brasileiros, para ter a certeza de que não seria enganado. Em um primeiro contato a editora aceitou a troca, em que enviariam os exemplares escolhido por mim e receberiam os meus, com a tradução plageada de volta. Mas nunca passou disso. Aguardo até hoje, após mais de um ano, a chegada de meus livros para enviar a eles de volta os plagiados. Honestamente, eu não quero tais edições publicadas de má fé.

Recentemente, os plágios vieram a tona na impressa por conta de um processo que a editora Landmark lançou contra Denise Bottmann e Raquel Sallaberry, do blog Jane Austen em português, alegando calunias difamatórias.

Em seu blog Não Gosto de Plágio, Denise apresentou cotejos de duas edições da editora, Morro dos Ventos Uivantes e Persuasão, que seriam plágios de traduções já realizadas há muito tempo. A ação, além da tal calúnia que cai por terra pelos cotejos que comprovam o plágio, exigia que o blog da tradutora saísse do ar.

É lamentável a atitude da Editora Landmark. Seu trabalho lançando edições biligue de obras consagradas poderia ser exemplar. Mas é destruído quando, não só realiza-se plágios de traduções quando ainda cria-se um processo alegando calúnia, em vez de assumir os erros e tentar – por que não? – buscar alternativas e – seria ótimo – uma nova tradução. Em tempo, há calunias que falam mais alto que fatos comprovados em cotejos?

Se há um lado benéfico nos plágios da Landmark, digo, no processo de calúnia contra Denise e Raquel, é trazer de maneira definitiva o assunto nas páginas dos jornais, fazendo com que aqueles que desconheciam tais plágios, comecem a pesquisar a respeito. E a repercussão tem gerado efeito. Amigos que tem apenas a paixão pela leitura, sem desconhecer a tal importância da tradução que mencionei acima, tem comentado comigo a respeito das notícias do processo. E eu conto-lhes, então, que a história não começou agora.

A atitude da Landmark é um ponto – um grande ponto – para que os olhos se voltem para as atitudes ilícitas de diversas editoras. Que fazem de maneira silenciosa um processo ilegal esperando que ninguém desconfie. Tal ação deixará não só a impressa, mas como os leitores mais atenciosos e munidos contra os plágios, realizando certa movimentação contra tais editoras.

Uma delas já está disponível na internet, vinda de um quarteto Ás da tradução no país: Heloisa Jahn, Jorio Dauster, Ivone Benedetti e Ivo Barroso que, juntos, lançaram um manifesto em repúdio a editora Landmark. O manifesto se encontra em Apoio Denise, e os dispostos a subscrevê-lo encontram o link do abaixo-assinado no próprio site ou diretamente em http://www.petitiononline.com/mod_perl/signed.cgi?Bottmann&1.

Felizmente, nem tudo é um inferno de Dante. Há editoras no Brasil com grande competência, que realizam trabalhos incríveis na produção de seus livros, bem como em suas traduções. Dentre elas, recomendo três: a já citada L&PM, por ter assumido seu erro e dado a volta por cima, contratando tradutores e apresentando novas traduções de obras consagradas - algo sempre positivo, a pluraridade de traduções - e por aumentarem mais e mais seu bom e barato catálogo de bolso; A editora Cosac & Naify por realizar um processo gráfico incrível em seus livros, repleto de cuidado não só visual, como também em suas traduções, apresentando grandes clássicos inéditos até então; e a Editora 34, que traduz muito material vindo da Rússia, língua de dificil tradução, mas vertida pelos tradutores da editora com competência. Sem mencionar que os projetos gráficos da editora também tem estilo e certos autores - como Dostoiévski - possuem um padrão próprio em sua coleção.

É de se esperar que haverá muito desenrolar nessa história. Mas é certo que, ao final dela, certas editoras brasileiras deixarão de ser reles imitadores e passarão ou a serem mais autenticas ou desaparecerão.


O blog O Que Dr. House Diria? apoia o manifesto e desde o início acompanha a tradutora Denise Bottmann na problemática dos plágios no mercado editorial brasileiro.

Alta Fidelidade, a coluna semanal do criador desse blog que hoje apontou um problema grave no mercado editoral brasileiro. Aqui é possível falar abertamente sobre alguns temas sem que exija uma resenha para tal. Pretende-se abordar todo o tipo de assunto cultural, seja ele sobre livros, filmes, dvds, cds e, nessa semana, os plágios.


quarta-feira, 3 de março de 2010

Arquivo X, Primeira Temporada

O início de uma das séries mais audaciosas já produzida

Se, por um lado, como muitas vezes exposto nesse espaço, a década de 90 teve pouca séries relevantes, com diversas produções ruins; por outro, aquelas que funcionaram vieram a se tornar um marco que deram base e impulso para as vastas séries americanas atuais, que andam possuindo mais qualidade do que seu cinema.

Lançada em setembro de 1993, a série Arquivo X tornou-se um marco na televisão e um fenômeno. Abocanhou uma legião de fãs fiéis introduzindo em pleno horário nobre da programação americana uma série ousada cuja temática envolvia tudo aquilo que beira o inexplicável, seja sua história central envolvendo uma conspiração entre o governo e alienígenas, como outros bons argumentos que se utilizam, muitas vezes, do estranho e do bizarro como fio condutor.

Tal exposição ao surreal não seria bem realizada se não fosse embasada por bons parâmetros concretos. Assim, o idealizador da série, Chris Carter, introduziu os chamados Arquivo X como uma divisão própria do FBI, alimentada por somente um federal, e uma das personagens centrais da trama, o agente especial Fox Mulder, que em sua infância assistiu a abdução de sua irmã mais nova, fato que o marcou para sempre e o deixou obcecado por descobrir os fatos por trás de fenômenos inexplicáveis.

A série tem início quando uma segunda agente, Dana Scully, formada também em medicina, é convocada para acompanhar Mulder nos casos que investiga. Seu objetivo é introduzir um pouco de ciência nas teorias sem fronteiras apresentadas pelo agente especial e, na medida do possível, vigia-lo. Cria-se desde o início um dos casais icônicos da década e uma química impressionante e irreparável, entre uma personagem mergulhada em suas crenças e outra cuja a ciência é sua força.

A primeira temporada da série introduz seus elementos consagradores, que acompanhariam a narrativa, e seu sucesso, até o final. Os vinte e quatro episódios dessa temporada tentam se equilibrar entre a trama mitológica da série e se expandir por outros elementos e investigações que também beiram os limites da ciência.

Após mais de quinze anos de lançamento dessa temporada, é notável que certos argumentos perderam sua força. Porém, mesmo nos episódios mais fracos, a boa química do casal e os diálogos bem conduzidos, reforçam a qualidade da série, que nos melhores episódios do primeiro ano demonstra bom primor.

Inevitável, também, é a comparação com Fringe. Que, evidentemente, bebe direto da fonte dessa série, valendo-se de argumentos parecidos como a exploração daquilo que é inexplicável, beirando a ciência e de sua progressão de episódios em casos investigados. Mas tal comparação cessa aí - ainda que minha opinião seja parcial, visto que sou fã de Mulder e Scully desde sua exibição na televisão - é fácil perceber os elementos que Fringe copia – muito mal – da série, deixando-a bem abaixo da boa qualidade de séries atuais.

As nove temporadas de Arquivo-X encontram-se disponíveis em dvd. Sendo um dos primeiros boxes lançados pela Fox. Infelizmente as legendas brasileiras são recheadas de erros. Não só erros de digitação e concordância, como traduções que mudam no próprio episódio. É nítido que não houve nenhuma revisão. Sem mencionar que as datas, horas e localidades aonde estão os agentes nunca é traduzida. Ou você tenta acompanha pelos escritos em inglês que surgem na tela ou, quem não é capaz de compreender, pode se perder.

Atualmente, os boxes estão em embalagem econômica. Mas sua primeira edição – que ilustra essa resenha - era um belo atrativo para os olhos, com caixa digipack e uma luva metálica cobrindo-a.

O ano um da série é só o primeiro ato de uma série bem fundamentada e incrível que será acompanhada até o final. Desde seu lançamento na televisão, apenas revi as temporadas iniciais em dvd e com um longo espaçamento de tempo. Portanto, dessa vez estou acompanhando a série sem pausas, para analisá-la, não só temporada a temporada, como para compreendê-la em sua dimensão total. Assim, daqui a quinze dias a resenha da próxima temporada estará no blog e seguirá dessa maneira, sucessivamente, até a conclusão da série, em sua nona temporada.

segunda-feira, 1 de março de 2010

A Semana Em Filmes: (21 a 27 de Fevereiro)


O Lobisomem (The Wolfman)

Dir. Joe Johnston



Da mesma maneira como A Múmia, único bom filme do diretor Stephen Sommers, O Lobisomem intenta trazer a tona um dos monstros clássicos da Universal que, em certo período de sua história, dedicou-se a realizar obras de terror para tais monstros mitológicos.
A produção desta releitura é bastante apurada. Traz no elenco Benicio Del Toro, como o irmão pródigo que, após anos ausente do seio familiar, volta para o velório do irmão. Por conta das circunstâncias sobre a morte do parente, o irmão decide investigar o ocorrido e se depara com uma lenda na cidade sobre um homem que se transforma em lobo.
Engana-se quem pensa que tal produção, bem como outras dedicadas a tais monstros, são realizadas para causar terror de sustos. Trata-se de uma trama que evoca uma maldição, um homem que a cada lua cheia transforma-se numa besta. Há muito mais psicologia dramática no enredo do que uma dedicação para sustos fáceis.
O lobisomem da trama é bem realizado. Durante a produção, diversos atrasos ocorreram por conta de sua finalização, até que, após o término das filmagens, reconvocaram atores para algumas cenas e deram o toque final na besta. A personagem é tanto animalesca em diversos momentos, quanto humana, deixando-a crível a medida do possível (afinal, levamos em conta uma transformação impossível de existir no plano real), As cenas de ação são realizadas com sucesso, mesmo quando, obviamente, são projetadas pelo computador.
Complementam tais fatores a boa fotografia da Inglaterra vitoriana, sempre escura e suja, e a presença de Anthony Hopkins e Hugo Weaving, atores sempre competentes.