segunda-feira, 7 de junho de 2010

A Semana em Filmes (31 de Maio a 05 de Junho)


Um Crime Perfeito (A Perfect Murder)

Dir. Andrew Davis


Mesmo com diversos bons filmes em sua carreira, tem-se a impressão que Michael Douglas concentra-se sua força em personagens parecidos. Utilizando sua voz rasgada, o cabelo laqueado e o ar suposto de superioridade que já lhe transformou em um magnata de Wall Street, um advogado acusado de assédio sexual, um psiquiatra renomado e, nesta produção, em um homem que deseja assassinar a mulher.
Baseada na peça de Frederick Knott, Um Crime Perfeito é a releitura contemporânea de um clássico do diretor Alfred Hitchcock, Disque M Para Matar. Na trama, sai de cena o tenista profissional e entra um milionário investidor de ações que ao descobrir a traição da esposa – a normalmente insossa Gwyneth Paltrow – com um artista – Viggo Mortesen de longe o mais competente dos três atualmente - tece um plano para matá-la sem ser incriminado.
Ainda que o enredo possua um argumento interessante e até mesmo o próprio crime elaborado seja bem feito e escorado em uma trama plausível, falta um elemento verdadeiro de suspense que de autenticidade a trama. Michael Douglas exerce bem seu papel de ameaçador, mas não consegue ir além disso.
O resultado é um filme parcialmente bem elaborado, com boa fotografia e direção correta, mas que não traz consigo nenhuma cena marcante, sendo uma daquelas produções que muitos não se lembraram se viram ou não.





A Cela (The Cell)

Dir. Tarsem Singh


Sucesso não necessariamente traduz qualidade. É uma afirmação que muitos tem conhecimento e caso não fosse válida, talvez o cinema seria melhor. Assim seriamos poupados de diversas produções estreladas por Jennifer Lopez. Filmes que não acrescentam nada e provavelmente foram criados por mente brilhantes, grupos de empresários que achavam que a cantora era um bom investimento para as telas. A produção A Cela é um dos supostos grandes sucessos da atriz, um misto de terror psicológico com a história de um serial killer.
Na trama, Lopez é a Dra. Catherine Deane, uma psicóloga que encabeça um novo estudo sobre a psique humana: uma sala que permite a entrada no inconsciente humano, através da imersão completa do corpo em uma roupa especial. Sua ajuda será requisitada pelo policial Peter Novak, detetive encarregado da captura do serial killer Carl Stargher que desevolveu um dispositivo de tortura chamado a cela, um quarto de vidro que se enche de água aos poucos. Como o assassino é capturado inconscientemente por causa de uma doença rara, cabe a doutora entrar em sua mente e descobrir onde está a última vitima capturada, antes que ela morra.
O ínicio da produção tem bom fôlego, a busca policial pelo assassino é eficiente e os crimes em si são chocantes, segurando a atenção de uma narrativa rasa. Porém, quando a trama se debruça no seu recurso central,  o uso do programa que penetra no inconsciente de outra pessoa, a ação desacelera cedendo para os efeitos especiais. Parte deles são bem aproveitadas, criando bons cenários dentro de uma mente doentia, mas a quebra da história policial não da liga para o desenlace da história que termina com Lopez vestida de santa católica em certo momento.






Pacto Secreto (Sorority Row)

Dir. Stewart Hendler


O gênero Terror possuiu um mundo a parte que não inclui o universo de outros gêneros. Nele aquilo que imaginamos conhecer como padrão pode ser destruído e arranjado de outra maneira. Um mundo frívolo de estereótipos.
Mulheres significam devassidão e ardor sexual – a exceção de uma feia excluída do grupo, homens traduzem seres infiéis que aceitam qualquer, qualquer tipo de bebida desde que contenha álcool – e até os feios podem se tornar legais após o primeiro jarro de cerveja.
Esses aspectos são um dos que mais divertem nas produções de terror, além do exagero entre massacre e sangue. A obviedade do roteiro é tamanha que com o público já deduzindo até os sustos, os roteiristas procuram por inovações que transformem a produção em algo genuinamente divertido.
A premissa de Pacto Secreto é a mesma de sempre. Um grupo de amigas, de uma fraternidade, resolve dar um susto em um garoto que traiu uma delas, pregando-lhe uma peça onde a namorada traída se finge de morta. Com o rapaz desesperado as garotas encenam o mis-en-scene do que fazer com o corpo quando, de surpresa, o garoto crava uma chave de roda – sim, uma chave de roda – no peito da garota, descobrindo que ela estava viva e agora está morta. A decisão geral é sumir com o corpo e a arma do crime e esquecer o ocorrido. Mas, como já foi aprendido em Eu Sei O Que Vocês Fizeram No Verão Passado, os pecados sempre voltam a tona.
É a partir desse ponto que a produção da seqüência a cenas absurdas de assassinato e segue a risca a cartilha das produções. O que não traduz-se como má qualidade. Uma produção do gênero sempre me agrada pelo seu estilo tosco e me faz rir com a estupidez exagerada. A começar com uma chave de roda como instrumento de morte do assassino, Pacto Secreto é uma dessas produções que não acrescentam nada mas, ao contrário de muitos filmes do gênero, em vez de aborrecer, não assustam mas atinge uma das metas de se produzir um filme: a diversão. Assistam sem levar a sério.


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