domingo, 25 de julho de 2010

A Semana em Filmes (18 a 24 de Julho)


Louca Obsessão (Misery)

Dir. Rob Reiner


Há uma fina linha que divide a admiração por um escritor daquela que o transforma em um objeto fanático de adoração. A identificação ao ler sua prosa pode despertar no leitor uma sensação íntima, como se conhecesse aquele que escreve. Se o público é responsável pelo sucesso de um livro, há os exageros dentro dele, que perpetuam o exagero fanático e os augúrios de ser famoso.
Baseado no romance Misery, traduzido no país como Angústia, Louca Obsessão é uma bela produção de suspense, oriunda da obra de Stephen King, que discorre sobre o tema.
Paul Sheldon (Jamen Caan) – sem dúvida uma referência explicita a um dos autores mais conhecidos mundialmente, Sidney Sheldon – é um famoso escritor de uma série de livros de época, o tipo de literatura repleta de melodrama, que fez sua personagem central, Misery, um sucesso inevitável. Devido a um acidente em uma nevasca, Sheldon é socorrido por uma enfermeira que se diz sua fã número um. Ferido gravamente, aos poucos, o autor se vê a mercê de uma fã louca e obcecada por sua história e sua personagem famosa.
Maior parte da ação passa-se na casa da enfermeira Annie Wilkes, magistralmente interpretada por Kathy Bates.
Fundamentando a clima do filme, cuja tensão pesa em seu decorrer, em cada momento que Sheldon se vê encurralado por uma fã obsessiva.
O diretor Rob Reiner já havia trabalhado anteriomente com uma trama de King, no tocante Fica Comigo. Ambas produções que mostram o melhor do autor nos cinemas.
A interpretação de Kathy Bates ainda rendeu as premiações do Oscar, do Globo de Ouro e do CFCF Award em 1991.



True Lies (True Lies)

Dir. James Cameron


Na década de noventa, produções de ação consagradas pelo estilo macho de suas personagens, fortes, indestrutíveis e interpretadas por atores sem muita expressão, apresentava uma queda significativa.
Arnold Schwarzenegger, Sylvester Stallone, Jean-Claude Van Damme e Bruce Willis nunca pararão de vestir a camisa destes personagens, mesmo que esse tipo desse espaço para um estilo mais fiel a realidade. Do herói problemático, que se machuca e, mesmo assim, salva o dia. Como John McCleine, de Duro de Matar, do próprio Willis.
Realizando uma homenagem cheia de sátira sobre o estilo, o diretor James Cameron produziu o último grandioso filme de ação de Hollywood. E nada mais certo que escalar um dos ícones do gênero, o ainda em forma Scharwarzenegger para seu divertido pastiche.
True Lies – ou mentiras verdadeiras em tradução – propositadamente exagera nos elementos que tornam o herói invencível. Apresenta-nos Harry Tasker, um especialista em combate ao terrorismo, casado há quinze anos, sem que sua esposa saiba de sua profissão. Achando sua vida sem graça, a esposa se aventura com um pretenso espião, um engraçado Bill Paxton que abusa dessa jogada em busca de conquistar mulheres. Tentando assustar a esposa, Harry cria um embuste para ela e, sem querer, acaba por envolve-la no caso em que está investigando.
A sensação de uma história verdadeira que transforma-se em uma farsa preenche a produção. Abusado do quid pro quo – recurso utilizado em comédia onde há, em breve explicação, uma troca de uma coisa por outra – e de excelentes sequencias de ação para produzir um incrível material tanto como filme de ação, como uma sátira deles.
Resultando em uma produção repletas de cenas memorais como as danças de tango, a perseguição de bandido e mocinho com uma moto e um cavalo, e o famoso striptease de Helen Tasker, em uma cena sensual com Jamie Lee Curtis.
Sem dúvida, True Lies encerra de forma grandiosa a época dos heróis machões que invadiram o cinema na década de oitenta. Prestando uma homenagem honrada e proporcionando um excelente filme de ação.




Atraídos Pelo Crime (Brooklyn's Finest)

Dir. Antoine Fuqua



Desde que Dia de Treinamento, primeira produção dirigida por Antoine Fuqua, foi recebida com boas críticas, rendendo-lhe até um Oscar ao ator principal, sua produções tornaram-se variações do mesmo tema.
Salvo Rei Arthur, uma direção bastante equivocada, suas tramas se apóiam em histórias urbanas, sobre policiais e o confronto diário com a crua realidade.
Foi assim na produção já citada, em uma variante militar com O Atirador, no filme de guerra Lágrimas de Sol, e, recentemente, em Atraídos Pelo Crime.
Os desméritos da produção, não devem apenas centrar-se em uma direção não tão criativa, mas a um roteiro nada inovador de Michael C. Martin, que busca em personalidades lichês uma boa trama.
Focalizando três personagens distintas, um policial cansado a dias de sua aposentadoria, um falido pelo pouco dinheiro que ganha e um infiltrado na máfia local, a narrativa busca justificar que o meio podre é a causa de boa parte da problemática dos policiais.
As histórias são bem entrelaçadas, mas prosseguem com argumentos comuns sem apresentar nenhum diferencial aparente como em Dia de Treinamento. Transformando boas interpretações de Richard Gere, Ethan Hawke e Don Cheadle em apagadas.
As cenas não entusiasmam por uma apatia, que afasta o público de ver na produção uma boa história. Resultando em outra produção apenas com bom potencial, mas falha.


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