quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Mental, Primeira Temporada

Os enigmas da mente enganam até uma série a seu respeito

Primeira série produzida inteiramente pela Fox Internacional, investindo em conteúdo produzido em outros países, Mental pretende ampliar o ambiente conhecido de uma série hospitalar. Mostrando-a pelo âmbito da mente, a psicologia e a psiquiatria, espectro ainda não difundido como tema central em outra série.

Composta apenas de treze episódios em sua única temporada, a série apresenta o Dr. Jack Gallagher, novo chefe da psiquiatria do Wharton Memorial Hospital, e sua maneira não usual de tratar os pacientes.

Seguindo a risca a cartilha atual de se produzir uma série, sua personagem compõe-se como um perito na área. Mais desenvolvido, hábil e capaz do que seus antecessores. Característica que vem sendo crucial para se criar personagens-chave nas séries contemporâneas.

Apresentando dois pacientes por episódio, um deles atendido por Jack e outro apoiado por sua equipe, a série conduz-se de maneira tradicional, apontando possíveis diagnósticos e buscando o início da cura. A procura de mais imersão na doença mental dos pacientes, a produção se utiliza de efeitos mal colocados, situando o público em sensações de pânico, medo e outros temores que não funcionam tão bem.

Ainda que os casos apresentados tenham bom potencial dramático, apenas três ou quatro episódios farão bom uso de toda sua carga. Com uma trama que sustente-se e apresente bons ganchos.

A figura de Jack Gallagher não é de grande ajuda quando se fala de credibilidade. A interpretação de Chris Vance é composta por carisma excessivo. Produzindo um médico que tenta ser naturalmente amigável mas, com tantos sorrisos, parece descompassado. Não bastando parte de uma caracterização estranha, Gallagher possui uma irmã gêmea esquisofrenica que, durante a série, está perdida pelas ruas de Los Angeles e, eventualmente, liga para o irmão.

A fundamentação de aspectos comuns em um enredo não espetacular resulta em uma série sem nenhum bom chamariz, ainda que a imagem de abertura, a testa da personagem com um zíper, seja bem elaborada e sugira uma série de qualidade.

Em um momento onde muitas séries transbordam criatividade, falhar nesse quesito é chegar inevitavelmente em seu cancelamento, fato que aconteceu com Mental. Se há, ao menos, um fato positivo, é a afirmação de que as afiliadas da Fox são capazes de produzir séries com uma boa qualidade técnica e que um acerto pode surgir futuramente.


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