quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Filha do Mal

(The Devil Inside, 2012)
Diretor: William Brent Bell
Elenco: Fernanda Andrade, Simon Quarterman, Evan Helmuth, Ionut Grama.

A produção de 1973 de William Friedkin, O Exorcista, ainda hoje causa-me espanto. Mais pela boa composição do suspense do que pelas explícitas cenas de exorcismo. É primorosa a sutil construção da atmosfera, crescendo a cada cena. Não seria exagero afirmar que volto a respirar somente no desfecho da trama.

Quando a religião torna-se a base de um filme de terror, parece-me necessário mais nuances do que na composição de uma trama envolvendo um serial killer. Afinal, qual é a essência aterrorizante de uma história envolvendo crenças? Uma força superior desconhecida? A percepção de um elemento maldito incontrolável? O próprio ato em si?

Filha do Mal é composto de maneira documental, seguindo o estilo que há doze anos A Bruxa de Blair tornou famoso. Transformando o limitado baixo orçamento em uma história que aproxima-se de um efeito realístico.

A história acompanha Isabela Rossi na investigação do paradeiro de sua mãe que há mais de vinte anos foi institucionalizada em Roma por assassinar três pessoas durante um ritual de exorcismo. Caminhando inicialmente por depoimentos de autoridade a respeito da ciencia, misticismo, religião e exorcismo que produzem a simulação da realidade, o longa aos poucos cede seu suspiro criativo para a tradicional história de exorcismo.

Ao lado de dois padres que executam exorcismos mesmo sem a autorização da igreja, não há nada que outras histórias não apresentou anteriormente. Ainda mais quando parece explícito que a composição do choque da ação é mais centralizada do que a composição da atmosfera que a envolve.O resultado são as vitimas retorcidas, com falas em línguas mortas, palavrões e a cartilha tradicional de sempre. Comumente sem graça.

Uma produção ligeira que inicia a lista dos piores filmes do ano.

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