segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Histórias Cruzadas

(The Help, 2011)
Diretor: Tate Taylor
Elenco: Emma Stone, Bryce Dallas Howard, Mike Vogel, Allison Janney, Viola Davis, Ahna O'Reilly, Octavia Spencer.

A segregação racial explícita que aconteceu nos Estados Unidos da América, em meados de 1960, principalmente no estado de Mississipi é um delicado momento sombrio da história mundial. Não só o cinema, como a literatura, debruça-se sobre o período para produzir dramas que explicitam seus acontecimentos.

Histórias Cruzadas retrata a cidade de Jackson em época que o segregacionismo era vertente da política e o preconceito enraizado no consciente da população branca. Dependente da população negra, a elite branca estabeleceu regras rígidas que, não só tratavam a outra cor como inferior, como acondicionavam-nos em um ambiente hostil.

Na sociedade de predomínio de mulheres casadas, com filhos e uma serviçal negra, Eugenia "Skeeter" Pheelan é uma mulher solteira, aspirante a jornalista, que deseja ingressar na profissão. É sua observação atenta sobre o tratamento dado as empregadas aliado a um instinto precoce de jornalista que a impulsiona para compor uma coletânea de depoimentos demonstrando a visão desprivilegiada da população negra. As histórias, contadas por Aibileen Clark e Minny Jackson, são a voz outrora calada que dão a visão realista do suposto ideário familiar americano.

A narrativa tem potência, ainda mais situada em um período cujo diálogo é sempre arenoso. Emma Stone demonstra sua versatilidade promissora sendo suporte neste filme dramático. Cujo destaque maior está centrado nas interpretações excelentes de Viola Davis e Octavia Spencer. São elas que produzem a sensibilidade do enredo em personagens carismáticas e bem delineadas. Mulheres que estiveram nas sombras mas verdadeiras responsáveis pela construção de famílias americanas.

O retrato de um período real da história americana foi baseado no livro de Kathryn Stockett, que durante sua infância morou em Jackson, Mississípi e observou de perto a segregação. O moralismo presente na história não retira o mérito do conflito dramático que situa-se entre o incômodo e a visão de parte da população desprivilegiada.

O livro está disponível no país lançado pela editora Bertrand Brasil que, na ocasião do filme, lançou uma segunda edição com a capa da produção, mais bonita que a anterior.

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