quinta-feira, 19 de julho de 2012

Espelho, Espelho Meu

(Mirror, Mirror, 2012)
Diretor: Tarsen Singh
Elenco: Julia Roberts, Lily Collins, Armie Hammer, Nathan Lane.

Além de inevitáveis regravações, o cinema americano revisita histórias clássicas de tempos em tempos com a intenção de atualiza-las para um novo publico. É mais sólido – financeiramente falando – desenvolver uma história conhecida do que iniciar do zero um argumento inédito.

No caso da famosa história de Branca de Neve, coincidentemente, dois estúdios tiveram a ideia de utilizar os preceitos básicos para uma releitura que se apoiasse na ação ou no romance das protagonistas como elemento para conquistar uma boa bilheteria. Ainda que o clássico composto por Walt Disney mantenha-se insuperável, a base da história está presente: madrasta, branca de neve, inveja, feitiço, caçador e anões. 

Espelho, Espelho Meu não define com precisão sua linha narrativa. Começa como representação de um tradicional conto de fadas e termina como uma farsa cujo nem mesmos atores parecem levar a sério. Se identifica erroneamente mais com a madrasta do que com a própria Branca de Neve, personagem central da história.

Escolhida para viver a famosa madrasta, Julia Roberts, sendo a atriz mais conhecida da produção, tem destaque além do merecido. Sua rainha não se define como uma bruxa malévola  - apesar de ter conhecimento de magia e o famoso espelho mágico - muito menos parece motivada a, de fato, ser a pessoa mais bela do reino. 

Há mais espaço para que público veja uma mulher amargurada, que chega a elogiar a boa forma física do príncipe, do que uma personagem plana que, por vaidade, deseja destruir sua enteada. E tal acréscimo a sua personalidade não é positivo. 

Erro maior é utilizar-se de uma personalidade famosa com a esperança de bom arrecadamento em uma época onde tem se dado mais importância as histórias do que a atores que antes tinham grande popularidade e queridos do público.

A faceta humorada parece destoar da fábula leve. As piadas são rasteiras e fora de tom dentro da história. Como se dois enredos com focos diferentes fossem desenvolvidas em um mesmo filme. A visão elevada e romântica de Branca de Neve e a Bruxa Má insegura e infantiloide.

O elemento plástico que poderia sustentar certa qualidade a obra, a direção de Tarsem Singh, realizador de Imortais e A Cela, nada acrescenta a trama, sem nenhum plano ou fotografia que seja digna de destaque. Sendo um filme frio na trama, na interpretação e nos preceitos técnicos.

Mesmo estreado dois meses antes de Branca de Neve e o Caçador, a produção não alcançou metade da bilheteria do concorrente mas ao menos pagou seu orçamento inicial.

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