segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Confiar


(Trust, 2011)
Diretor:
David Schwimmer
Elenco: Clive Owen, Catherine Keener, Liana Liberato.

Elementos predatórios que cedo ou tarde esbarramos durante a vida nem sempre possuem uma aparência explícita de sua destruição. O avanço tecnológico trouxe consideráveis elementos positivos a sociedade mais permitiu que agressores adentrassem o democrático espaço virtual, a procura do conforto do monitor, para espreitar possíveis vítimas.

Dirigido por David Schiwmmer, o eterno Ross de Friends, Confiar é um temeroso filme necessário para retratar a relação contemporânea entre adolescentes e a rede virtual quando nem mesmo em casa se pode estar seguro.

A discussão do prejuízo causado pela internet existe desde sua criação. Evidente também que não só jovens podem encontrar malefícios usando-a, porém, a maior vulnerabilidade dos jovens permite maior abertura para conhecer um estranho pelo simples fato de confiar, elemento apontado pelo título.

A jovem Annie é uma adolescente tradicional e insegura que, como uma quantidade extrema de pessoas pelo mundo, utiliza a rede para navegar e conhecer novas pessoas. É nesse meio que ela se apaixona por um garoto tido como perfeito. História que se transforma ao contrário.

Sem estabelecer nenhum julgamento acusado, a produção é bem equilibrada e causa a tensão necessária para reconhecimento sem promover erotismo. Mais do que apresentar um simples caso grotesco, o enredo se concentra ao lado da vítima. Sendo ela o ponto chave, não a família, nem a crítica moral. Elementos que estão envolvidos na trama mas não são o ponto central.

Assim, a insegurança e amabilidade da jovem atravessa todos os pontos vulneráveis de uma adolescente. A negação do acontecimento, a raiva pela situação e a contemplação da realidade. Liana Liberato é capaz de segurar a dualidade da personagem, mesmo que a trama não explore bem o potencial dramático de seu pai, o sempre excelente Clive Owen, que representa a impotência perante situações maiores do que a própria família.

Ainda que podendo pesar mais na direção por conta do tema, Schiwmmer conduz o filme de maneira sensível. Criando um balanço eficiente entre a leveza técnica com o peso do conteúdo. O desenlace dá um tom amargo ao público que constata que mesmo invisível predadores estão sempre presentes, mesmo que a espreita.


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